quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Nº9: Mustapha Hadji


  • Mustapha Hadji.
  • Médio centro / Extremo direito.
  • Nasceu a 16 de Novembro de 1971 em Ifrane (Marrocos).
  • Títulos no Sporting: Nada a assinalar.
  • 54 Internacionalizações por Marrocos com 13 golos marcados.

Hadji foi um talentoso médio marroquino, que também jogava a extremo direito, que passou pelo Sporting durante uma época e meia deixando saudades à massa associativa. Actuava com raça, preferencialmente a nº10 já que o lugar de extremo direito estava reservado a Pedro Barbosa (aliás o seu número de camisola era mesmo o 10) e fez uma primeira época de grande nível, sendo que a meio da segunda época rescindiu por problemas com a direcção e com o ordenado que recebia. Daí passou por Espanha e Inglaterra antes de se aventurar noutras paragens, sendo que ainda joga no Luxemburgo. Hadji, que tem um irmão chamado Youssof que joga em França e já é uma estrela da selecção marroquina, chegou a ser eleito o futebolista africano do ano, em 1998.



Mustapha Hadji nasceu em Marrocos há 36 anos e desde logo soube que o que queria era jogar futebol. Muito novo emigrou com a família para França, primeiro para Saint-Etienne, depois para Monceau e finalmente para Creutzwald. Foi aqui que começou a jogar e o primeiro contrato que assinou foi com o Nancy (curioso verificar que o seu irmão joga, actualmente, neste clube) em 1991. Fez 5 épocas de grande nível, realizando 124 jogos e marcando 31 golos e chegando em 1993 à selecção de Marrocos, depois de se ter recusado a alinhar pela França. Foi ao Mundial de 1994, jogando nos 3 jogos disputados pela sua selecção.
Surgiu no final da época o interesse do Sporting para o qual se transferiu em 1996, sob o comando de Robert Waseige (que sairia a meio da época para dar lugar a Octávio Machado), juntamente com as seguintes contratações: De Wilde, Missé-Missé, Gil Baiano e Balajic.
Estreou-se logo no primeiro jogo da pré-temporada, frente ao Dudelange, na vitória do Sporting por 4-0, com golos de Ouattara aos 22m, Toni aos 71m, Pedrosa aos 78m e auto-golo de Aires aos 84m. A equipa que jogou nesse primeiro jogo foi a seguinte: Tiago (Luís Vasco); Torrão, Marco Aurélio (Marco Almeida), Iordanov e Pedrosa; Carlos Xavier (Nuno Valente), Luís Miguel (Pedro Martins), Filipe Ramos (Toni) e Hadji; Missé-Missé e Ouattara (Artur Jorge Vicente). Muitos destes jogadores sairiam antes de começar o campeonato. Na pré-temporada actuou regularmente, marcando aos Lusitanos de Saint-Maur e ao Vasco da Gama.
Estreou-se no Campeonato Nacional, logo na 1º jornada, na difícil vitória por 3-1 em casa do Sporting de Espinho, marcando um golo aos 57m, sendo os outros marcados por Pedrosa aos 24m e Vidigal aos 39m.

Plantel de 1996/97.
Hadji, iria marcar o seu primeiro golo com a camisola do Sporting, nas competições europeias, no dia 10 de Setembro de 1996, em Montpellier no jogo contra a equipa local que terminaria 1-1. O golo de Hadji foi o do empate aos 62m. Até ao final da época marcou mais 2 golos no Campeonato: na vitória em Alvalade frente ao Leça por 1-0 aos 37m e na vitória, em Paranhos, por 3-0 frente ao Salgueiros, aos 21m, sendo os outros golos marcados por Vidigal aos 36m e Simão Sabrosa aos 79m. Marcaria ainda mais 2 golos, na Taça de Portugal, nos quartos de final, frente ao Maia por 3-0, aos 30m, a juntar aos golos de Iordanov aos 15m e Vidigal aos 84m e nas meias finais, na derrota por 3-2 no Bessa, marcando aos 67m, depois do golo de Iordanov aos 55m. Nessa época seriam 36 jogos e 6 golos no total de todas as competições.


Na época seguinte, o Sporting regressava à Liga dos Campeões, sob o comando de Octávio Machado, mas o que era para ser uma época de sonho tornou-se uma época de pesadelo, com 4 treinadores, processos disciplinares, rescisões, jogadores afastados da equipa e no final da época uma limpeza de balneário. Hadji começou a pré-época a todo o gás, marcando golos nos amigáveis com Lourinhanense, PSG e Académica. O Campeonato começou a 23 de Agosto de 1997, com o Sporting a ir empatar a zero ao S. Luís, em Faro, com o Farense e Hadji a ser dos melhores numa exibição pálida da equipa leonina. O onze desse jogo foi o seguinte: De Wilde; Saber (Quim Berto, 78m), Beto, Marco Aurélio e Pedrosa (Paulo Alves, 72m); Hadji, Oceano, Lang e Pedro Barbosa (Bruno Giménez, 56m); Iordanov e Leandro Machado.
O jogador marroquino realizaria 9 jogos no Campeonato sem marcar golos. Na Taça de Portugal não jogaria e seria na Liga dos Campeões que iria brilhar, ao disputar 7 jogos concretizando 2 golos, falhando apenas o jogo da última jornada da fase de grupos contra o Lierse (2-1) em Dezembro, já com Vicente Cantatore ao comando, o terceiro (!!!) treinador da época. Os seus golos seriam marcados frente ao Mónaco, na 1ª jornada da Fase de Grupos, em Alvalade, na vitória por 3-0, num jogo com uns primeiros 15 minutos de loucura (Oceano aos 4m, Hadji aos 8m e Leandro aos 65m) e na derrota por 4-1 em Leverkusen, com Hadji a apontar o golo do empate aos 44m.
Nos finais de Novembro, Hadji manifestou à direcção do Sporting o desejo de ver o seu ordenado aumentado, por achar que o que ganhava devia ser equiparado ao que outros ganhavam, sem jogar o que ele jogava. Perante a intransigência dos dirigentes leoninos, Hadji accionou uma cláusula do seu contrato que permitia a sua saída caso aparecesse um clube interessado. Esse clube foi o Deportivo da Corunha e assim Hadji partiu no mercado de Inverno, magoado com os dirigentes, mas com o Sporting no coração.
No Deportivo fez o resto da época de 1998, a alto nível, chegando a vencer o prémio de futebolista africano do ano e sendo convocado para a selecção de Marrocos que marcou presença no Mundial desse ano. Marrocos disputou 3 jogos, contabilizando uma vitória, um empate e uma derrota, com 5 golos marcados e 5 sofridos. Hadji alinhou nos 3 jogos, marcando 1 golo no empate (2-2) com a Noruega.


Regressou com uma lesão ao Deportivo e foi praticamente descartado por Irureta, que parece que deixou de confiar no jogador. Sairia no final da época, contabilizando em época e meia 31 jogos e 2 golos. Em 1999, rumaria ao Coventry de Gordon Strachan, para ser figura de proa juntamente com Chippo e ajudar o clube a garantir a permanência na Premier League, no 14º lugar.
Na época seguinte, Hadji continuaria a ser figura principal dum Coventry que desceu de divisão ao classificar-se em 19º lugar.


Não seria esquecido por clubes da Premier League e transferiu-se para o Aston Villa, depois de ter disputado 62 jogos e marcado 12 golos com a camisola do Coventry. Ficou em Birmingham durante duas épocas e meia, onde seria pouco utilizado, conseguindo apenas um total de 35 jogos e 2 golos. Nessas três épocas, o Aston Villa iria classificar-se em 8º lugar na época de 2001/02, 16º em 2002/03 e 5º em 2003/04. No mercado de Inverno de 2004, saiu rumo ao Espanhol onde permaneceria apenas até Junho do mesmo ano, disputando 16 jogos e marcando 1 golo, ajudando a equipa, numa época atribulada em que terminou no 16º lugar da Liga Espanhola.


Rumou aos Emirados Árabes Unidos, para o Al Ain e em 2005 regressou à Europa, para disputar 2 épocas na 2ª Divisão Alemã ao serviço do Saarbrucken, onde realizou 54 jogos, marcando 10 golos. Em 2007, foi para o Luxemburgo jogar no seu actual clube, o CS Fola Esch, que disputa a Divisão de Honra daquele país, ajudando com 25 jogos e 17 golos a equipa a classificar-se no 3º lugar falhando, contudo, a subida de divisão.
Na selecção marroquina, da qual se retirou em 2004 após uma má Taça das Nações Africanas, disputou um total de 54 jogos marcando 13 golos.


Carreira

1991/92: Nancy

1992/93: Nancy

1993/94: Nancy

1994/95: Nancy

1995/96: Nancy

1996/97: Sporting

1997/98: Sporting
Deportivo

1998/99: Deportivo

1999/00: Coventry

2000/01: Coventry

2001/02: Aston Villa

2002/03: Aston Villa

2003/04: Aston Villa
Espanhol

2004/05: Al Ain

2005/06: Saarbrucken

2006/07: Saarbrucken

2007/08: CS Fola Esch

Carreira no Sporting*

1996/97: 27 3 / 5 2 / 4 1

1997 (até Dezembro): 9 - / - - / 7 2

*Época: Campeonato (J; G)/ Taça (J;G)/ Europa (J;G)

Avaliação: Craque

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Nº8: José Gildásio Pereira de Matos, “Gil Baiano”


  • José Gildásio Pereira de Matos, “Gil Baiano”.
  • Defesa Direito.
  • Nasceu a 3 de Novembro de 1966 em Bahia (Brasil).
  • Títulos no Sporting: Nada a assinalar.
  • 6 Internacionalizações pelo Brasil.

José Gildásio, conhecido no mundo do futebol como Gil Baiano foi um dos piores jogadores que eu me recordo de ver a actuar no Sporting. Era lateral direito de raiz e vinha rotulado como um “pombo sem asas” que fazia todo o flanco direito e que tinha um pontapé canhão, para pesadelo de qualquer guarda-redes o que o fez chegar até à selecção brasileira, se bem que em certas circunstâncias que serão explicitadas mais adiante. No Sporting nunca passou dum bluff, dos piores de sempre. O que me leva a pensar que de duas, uma: ou Gil Baiano sempre foi péssimo e as suas qualidades eram exageradas pelos brasileiros ou então não conseguiu mostrar o que tinha de bom, no Sporting. Penso que a solução deva ser intermédia, ele não era grandes coisas, mas também não era “aquela coisa” que jogou por cá.

Gil Baiano nasceu em 1966 em Bahia no Brasil e começou a sua carreira de sénior ao serviço do Guarani em 1985, ainda com 18 anos pela mão de Lori Sandri. Completou 4 épocas de bom nível, sendo transferido em 1989 para o Bragantino, equipa de S. Paulo que militava na Série B brasileira, conseguindo a subida ao principal campeonato brasileiro.


Equipa do Bragantino em 1989. Gil Baiano está na fila de cima e é o quinto a contar da esquerda.


Na época seguinte, a recém-promovida equipa do Bragantino surpreendeu tudo e todos ao chegar aos quartos-de-final do Brasileirão. Em 1991, a equipa seria treinada por Carlos Alberto Parreira e faria ainda melhor ao classificar-se em 2º lugar da fase regular, sendo derrotada na final pelo S. Paulo. Gil Baiano acumulou desempenhos brilhantes, chegando mesmo à selecção brasileira pela mão do seleccionador da altura, o ex-jogador Falcão. Este quis fazer uma selecção apenas com jogadores que actuassem no Brasil, sendo que na altura tudo o que era craque jogava na Europa, e Gil Baiano foi o representante do surpreendente Bragantino. Daí eu ter dito que a sua ida à selecção brasileira deveu-se a algumas circunstâncias especiais. Nesses anos, acumularia 6 internacionalizações pelo escrete.

Mais uma equipa do Bragantino. Gil está na fila de cima e é o primeiro a contar da esquerda.

Chegados à época de 1992, o Bragantino já não surpreendeu ao fixar-se no 3º posto da 1ª fase do campeonato, ficando em 2º do seu grupo na 2ª fase e falhando a final, que seria ganha pelo Flamengo. A época de 1993, foi a última de Gil no Bragantino que se transferiu a meio da época para o Palmeiras. O campeonato dividiu-se em 4 grupos que apurariam 8 equipas para uma 2ª fase. O Bragantino ficou pelo 6º lugar do seu grupo e Gil assinaria pelo Palmeiras que viria a ganhar o campeonato, ao vencer na final o Vitória por 3-0. Era o primeiro Brasileirão de Gil Baiano, numa equipa onde pontificavam grandes valores brasileiros. O onze típico do Palmeiras nessa época era o seguinte: Marcos (campeão do mundo em 2002, que ainda lá está); Gil Baiano, António Carlos, Flávio Conceição e Roberto Carlos; Amaral (que passaria pelo Benfica), César Sampaio, Mazinho e Zinho; Edilson (também passou pelo Benfica) e Edmundo. Tudo jogadores conhecidos, portanto.
Na época seguinte, Vanderlei Luxemburgo contrataria Rivaldo e levaria o Palmeiras a novo título. Gil Baiano saiu a meio da época para representar o Vitória que não conseguiria chegar à fase final. Em 1995, Gil iria representar o Paraná não alcançando grandes resultados, fazendo parte do plantel até meio da época de 1996.

E chegamos a 1996, o ano em que Gil Baiano aterrou em Lisboa. Para essa época, José Roquette apostaria no técnico belga Robert Waseige que trouxe consigo Hadji e os flops Missé-Missé e De Wilde. Uma palavra para 2 reforços: saíram os laterais e Roquette trouxe para a esquerda o péssimo Andrija “eu sou como Maldini” Balajic e para a direita o Gil “pombo sem asas” Baiano. Balajic (que um dia será retratado aqui) perdeu logo o lugar para Pedrosa. Quanto a José Gildásio façamos uma análise mais profunda.
Verificou-se desde cedo que o pombo sem asas tinha 2 velocidades. Devagar e devagarinho. Devagar para apoiar o ataque e devagarinho para voltar para trás. Parecia sempre desenquadrado da restante equipa, para terem uma ideia, se a equipa adversária atacava pela esquerda não estava lá o Gil, porque vinha a passo do ataque, se Pedro Barbosa precisava de ajuda no flanco direito, o Gil estava lá atrás a fingir que não era nada com ele. Era um verdadeiro hino às auto-estradas que mesmo assim ainda fez uns quantos jogos, perdendo o lugar para Luís Miguel que nem era lateral de raiz, era médio. Chegou e logo disse que era um “pé quente” e que ganhava títulos por todos os clubes por onde passava, prometendo toda a sua raça no corredor direito.
A sua estreia ocorreu a 23 de Agosto de 1996 no campeonato, no jogo em que o Sporting venceu fora de casa o Sporting de Espinho por 3-1. A equipa desse jogo foi a seguinte: De Wilde; Gil Baiano, Oceano, Marco Aurélio e Pedrosa; Pedro Barbosa (Paulo Alves, 85m), Vidigal, Hadji, Afonso Martins e Dominguez (Luís Miguel, 81m); Missé-Missé (Porfírio, 69m). Pedrosa seria expulso logo aos 40m, mas o Sporting venceria por 3-1 graças aos golos do próprio Pedrosa aos 24m, de Vidigal aos 39m e de Hadji aos 57m. Ao princípio era a opção principal para o lado direito da defesa, jogando os 4 jogos que o Sporting disputou essa época na Taça UEFA, frente a Montpellier (1-1 e 1-0) e Metz (0-2 e 2-1). Na Taça de Portugal jogou 2 jogos apenas (2-1 ao Beira Mar e 1-0 à Académica), na competição em que o Sporting chegou às meias-finais perdendo para o Boavista por 3-2 o acesso à final.

Plantel 1996/97. Gil Baiano está na fila de baixo entre Marco Aurélio e Oceano.

Com Octávio, Gil Baiano perdeu o lugar para o médio Luís Miguel, fazendo o seu último jogo pelo Sporting na última jornada do Campeonato ao entrar aos 67m para o lugar de Pedro Martins. O Sporting perderia esse jogo por 2-1. Em termos de golos, Gil Baiano ficou em branco, marcando apenas num amigável a 31 de Agosto de 1996 frente ao Alcochetense. O Sporting venceu por 8-0 sendo os golos marcados por Pedro Martins aos 35m, 66m e 75m, Missé-Missé aos 43m e 85m, Porfírio aos 51m, Dominguez aos 70m e Gil Baiano aos 89m.
Foi dispensado no final da época regressando ao Brasil para jogar no Ituano. O ano seguinte iniciou-o no Paraná transferindo-se a meio para o Bragantino, onde tinha alcançado sucesso. Nessa época a equipa já não militava no Brasileirão. No ano seguinte, rumou ao Comercial de S. Paulo por onde ficou durante 6 anos e meio, indo em seguida para o Ceilândia onde permaneceu até ao final da sua carreira, em 2007.



Carreira

1985: Guarani

1986: Guarani

1987: Guarani

1988: Guarani

1989: Bragantino

1990: Bragantino

1991: Bragantino

1992: Bragantino

1993: Bragantino
Palmeiras

1994: Palmeiras
Vitória

1995: Paraná

1996: Paraná

1996/97: Sporting

1998: Ituano
Paraná

1999: Bragantino

2000: Comercial

2001: Comercial

2002: Comercial

2003: Comercial

2004: Comercial

2005: Comercial

2006: Comercial
Ceilândia

2007: Ceilândia

Carreira no Sporting*

1996/97: 16 - / 2 - / 4 -

*Época: Campeonato (J; G)/ Taça (J;G)/ Europa (J;G)

Avaliação: Flop

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Nº7: Augusto Soares Inácio


  • Augusto Soares Inácio.
  • Defesa Esquerdo.
  • Nasceu a 1 de Fevereiro de 1955 em Lisboa.
  • Títulos no Sporting: 2 Campeonatos Nacionais (1979/80 e 1981/82) e 2 Taças de Portugal (1977/78 e 1981/82).
  • 25 Internacionalizações.

Augusto Inácio, como jogador, foi dos melhores laterais esquerdos portugueses e, consequentemente, um dos melhores de sempre do Sporting, dando de vez em quando uma ajuda a lateral direito. Sportinguista de coração, Inácio jogaria também no FC Porto, servindo nas Antas com um profissionalismo inegável, mas nunca renegando o seu sportinguismo, tanto que acabou por regressar à casa mãe, para ser campeão como treinador e pôr fim a um jejum de 18 anos. Contudo, este post é sobre o Inácio jogador, havendo referência à sua vida como treinador de forma superficial, sendo que no futuro haverá um post sobre o Inácio treinador.


Inácio estreou-se pela equipa principal do Sporting com 20 anos. Foi em 1975, na 5ª eliminatória da Taça de Portugal. No jogo em Coimbra, frente à Académica, a 5 de Abril, Inácio jogou apenas 3m ao entrar para o lugar de Fernando Tomé com o resultado já em 4-1 (marcaram para o Sporting, Fernando Tomé aos 36m, Joaquim Dinis aos 62m e Yazalde aos 76m e 86m). Foi a única vez essa época que Inácio jogou devido à forte concorrência de Manaca e Fernando Tomé para a ala direita e de Carlos Pereira e Baltasar para a ala esquerda. Contudo, na época seguinte o plantel iria sofrer uma enorme revolução, saindo Yazalde, Alhinho, Dinis e Vágner, tudo peças importantes, entrando Manuel Fernandes, José Mendes, Amândio, Valter e Manoel. O Sporting fez a pior campanha de sempre no Campeonato, mas Inácio começou-se a afirmar na equipa principal, tanto a lateral direito como a lateral esquerdo. A sua estreia foi a 7 de Setembro de 1975 em Matosinhos no jogo contra o Leixões (0-0). Nesse dia o Sporting alinhou com: Vítor Damas; Augusto Inácio, José Mendes, Amândio Barreiras e Fernando da Costa; Nelson Fernandes, Fraguito, Baltasar e Marinho; Manuel Fernandes e Chico Faria. Nessa época, Inácio alinharia em 26 jogos, somadas todas as competições.


Na época que se seguiu, o Sporting ficou de fora das competições europeias. Inácio foi importante ao disputar um total de 34 jogos, falhando apenas um jogo no Campeonato Nacional. Nessa época, importante foi o dia 5 de Dezembro de 1976, pois foi o dia da sua estreia pela selecção nacional, no encontro de qualificação para o Mundial de 1978 frente ao Chipre (2-1). Em 1977/78, Inácio ganharia o primeiro título de leão ao peito, a Taça de Portugal. Foi uma época de confirmação de Inácio como um elemento preponderante na manobra defensiva da equipa, ao disputar 33 jogos, falhando jogos apenas por lesão.
Chegamos à época de 1978/79, onde Inácio apontou o primeiro golo oficial com a camisola do Sporting. Foi a 3 de Fevereiro de 1979, na 3ª eliminatória da Taça de Portugal. O Sporting recebeu e venceu o 1º Maio Sarilhense por 3-0, com Inácio a apontar o primeiro golo logo no primeiro minuto! Os outros golos foram marcados por Pedro Zandonaide aos 14m e por Manoel aos 41m. Foi mais uma grande época de Augusto Inácio a nível individual que jogou um total de 38 jogos, marcando o golo já referido.
Na época seguinte, Inácio foi menos utilizado ao disputar apenas 17 jogos, mas conseguindo marcar 2 golos no Campeonato Nacional. O primeiro golo foi à 10ª jornada, a 19 de Dezembro de 1979, na vitória caseira sobre o Vitória de Setúbal por 4-1 (Inácio marcou aos 51m. Os outros golos foram marcados por Rui Jordão aos 24m, Manoel aos 66m e Manuel Fernandes aos 69m). O outro foi marcado à 20ª jornada, a 2 de Março de 1980, curiosamente numa outra vitória por 4-1, desta feita sobre o Boavista. Inácio marcou aos 55m, sendo os restantes tentos apontados por Rui Jordão aos 31m e 41m e por Manoel aos 68m. No final da época, Inácio sagrou-se campeão pelo Sporting, pela primeira vez. Chegados à época de 1980/81, observamos que Augusto Inácio recuperou o seu estatuto de intocável (que seria perdido na época seguinte), ao falhar apenas um jogo do Campeonato Nacional e já na última jornada quando nada se decidia. Disputou um total de 31 jogos e marcou 2 golos, ambos no Campeonato. Vejamos quando ocorreram. O primeiro deles ocorreu a 21 de Dezembro de 1980, na 14ª jornada. O Sporting recebeu e venceu o Amora por 5-0, sendo que os golos foram apontados por Inácio aos 35m, Rui Jordão aos 48m e 76m, Carlos Xavier aos 53m e Manuel Fernandes aos 73m. O outro golo foi marcado na 26ª jornada, a 12 de Abril de 1981, aos 17m, no empate a uma bola com o Sporting de Braga, em Alvalade.
Na época que se seguiu, Augusto Inácio conquistou a dobradinha, mas começou a ser preterido por Malcolm Allison. Alinhou apenas num total de 21 jogos, marcando 1 golo na Taça UEFA, na 2ª mão da 1ª eliminatória, a 30 de Setembro de 1981. Foi no jogo em que o Sporting arrasou, fora de casa, os Red Boys Differdange do Luxemburgo por 7-0, com os golos a serem marcados por Oliveira aos 17m e 35m, Inácio aos 29m, Rui Jordão aos 32m, Mário Jorge aos 54 e 84m e Carlos Freire aos 79m. A juntar aos 4-0 da 1ª mão, o Sporting seguiu em frente na competição.

No final da época rumou ao FC Porto, mas nunca escondeu o seu sportinguismo. Defendeu as cores do seu clube com um profissionalismo inegável disputando, entre 1982 e 1989, 157 jogos, marcando 2 golos. No FC Porto venceu 3 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal, 3 Supertaças, 1 Liga dos Campeões, 1 Supertaça Europeia e 1 Taça Intercontinental, ficando ligado àqueles anos de glória.


Realce para a sua carreira internacional. Foi internacional português por 25 ocasiões (4 no Sporting e 21 no FC Porto) e esteve presente no Euro 84, onde não jogou e no Mundial 86, onde jogou os 3 jogos que Portugal efectuou contra Inglaterra (1-0), Polónia (0-1) e Marrocos (1-3). Após esta competição, retirou-se da selecção.
Retirou-se do futebol em 1989 e seguiu a carreira de treinador. Treinou o Rio Ave, Marítimo, Felgueiras, Desp.Chaves, Vitória Guimarães, Belenenses, Al Ahly, Beira-Mar, Ionikos, Foolad e está agora no Interclube de Luanda. Pelo meio realce para a altura em que foi adjunto de Bobby Robson, no FC Porto e para o ano de 1999/00, onde treinou o Sporting, vencendo o Campeonato e quebrando o jejum que já durava há 18 anos. Na época seguinte foi despedido do Sporting a meio da época. Como já disse, a carreira de treinador de Augusto Inácio será analisada com pormenor quando for feito o post sobre o Inácio treinador.


Carreira

1974/75: Sporting

1975/76: Sporting

1976/77: Sporting

1977/78: Sporting

1978/79: Sporting

1979/80: Sporting

1980/81: Sporting

1981/82: Sporting

1982/83: FC Porto

1983/84: FC Porto

1984/85: FC Porto

1985/86: FC Porto

1986/87: FC Porto

1987/88: FC Porto

1988/89: FC Porto

Carreira no Sporting*

1974/75: - - / 1 - / - -

1975/76: 21 - / 1 - / 4 -

1976/77: 29 - / 5 - / - -

1977/78: 24 - / 7 - / 2 -

1978/79: 28 - / 8 1 / 2 -

1979/80: 12 2 / 2 - / 3 -

1980/81: 29 2 / 1 - / 2 -

1981/82: 13 - / 3 - / 5 1

*Época: Campeonato (J; G)/ Taça (J;G)/ Europa (J;G)

Avaliação: Craque

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Nº 6: António Manuel Pacheco Domingos

  • António Manuel Pacheco Domingos.
  • Extremo-esquerdo.
  • Nasceu a 1 de Dezembro de 1966 em Portimão.
  • Títulos no Sporting: 1 Taça de Portugal (1994/95).
  • 6 Internacionalizações.


António Pacheco foi um extremo-esquerdo português, formado nas escolas do Portimonense e que se notabilizou ao serviço do Benfica, realizando épocas de grande nível e chegando mesmo à selecção A portuguesa. No “Verão Quente” de 1993, rescindiu com o Benfica invocando justa causa e, juntamente com Paulo Sousa, rumou ao Sporting. Foi o princípio do fim de uma carreira auspiciosa, pois longe da Luz, Pacheco nunca mais se encontrou e nunca mais conseguiu pôr em prática o seu futebol, sendo, por isso, um flop leonino defraudando todas as expectativas que nele haviam sido colocadas.

Começou a sua carreira futebolística no clube da sua terra, o Portimonense efectuando aí a sua formação. Jogou em todos os escalões e, na sua primeira época como sénior, foi emprestado ao Torralta. Estávamos no ano de 1985. Regressou logo na época seguinte ao Portimonense para jogar 23 jogos numa época bastante boa da equipa de Portimão que se classificou no 10º lugar do Campeonato Nacional da Iª Divisão, despertando o interesse do Benfica que o contratou para a época seguinte.

Fixou-se logo no onze titular do Benfica, que se classificou em 2º nessa época e chegou à final da Taça dos Campeões Europeus. Pacheco realizou 25 jogos e marcou 5 golos. Na época seguinte, Pacheco realizou 26 jogos e marcou 5 golos, contribuindo de forma inegável para o título nacional alcançado pelos encarnados.
E foi no dia 15 de Fevereiro de 1989 que Pacheco chegou à selecção A portuguesa. Foi chamado pelo seleccionador nacional Juca para o compromisso a contar para o apuramento para o Mundial 90 frente à Bélgica. O jogo terminou empatado 1-1. Ao longo da sua carreira, Pacheco seria chamado por mais 5 vezes à selecção nacional.


Na época de 1989/90, o Benfica chegou mais uma vez à final da Taça dos Campeões Europeus. Pacheco seria figura de proa dessa equipa ao disputar 30 jogos e marcar 5 golos. A época seguinte seria a melhor de Pacheco que marcou 7 em 28 jogos realizados. Acrescente-se que no início dessa época, Pacheco ficou revoltado com a condição de suplente e fez declarações públicas que punham em causa a competência de Eriksson que o puniu imediatamente. Eriksson filmou um treino e entregou a cassete a Pacheco que admitiu que “sabia que era preguiçoso, mas não pensava que fosse tanto”. Foi depois reabilitado e tornou-se peça fundamental na conquista do título nacional. Em 1991/92, fez 27 jogos e marcou 6 golos, mais 2 na Taça dos Campeões e, na época seguinte, a sua última, fez 7 golos em 30 jogos.
No Verão de 1993, rescindiu unilateralmente com o Benfica e, juntamente com Paulo Sousa, rumou ao Sporting. Foi o princípio do fim da sua carreira, pois cá nunca atingiu o nível que demonstrou no Benfica.
Estreou-se pelo Sporting pela mão de Bobby Robson sendo titular no primeiro jogo da época frente ao Salgueiros a 21 de Agosto de 1993. O Sporting venceu por 2-1 com golos de Cadete aos 15m e Capucho aos 83m e apresentou o seguinte onze: Costinha; Nelson Alves, Carlos Jorge, Valckx e Paulo Torres; Paulo Sousa, Luís Figo (Capucho, 58m), Cherbakov (Juskowiak, 68m) e Balakov; Pacheco e Jorge Cadete. O seu primeiro golo com a camisola leonina foi na jornada seguinte, a 29 de Agosto, na difícil vitória do Sporting por 3-2 no Bonfim frente ao Vitória Setúbal. Pacheco marcou aos 77m, sendo os outros golos apontados por Balakov e Cherbakov aos 55m e 58m respectivamente. Nessa época marcaria mais 2 golos nos 32 jogos realizados, contabilizando todas as competições. 1 no Campeonato, sendo decisivo na vitória por 1-0 frente ao União da Madeira ao apontar o golo aos 74m e o outro na Taça UEFA ao fazer o segundo golo no jogo contra o Kocaelispor da Turquia aos 55m (o primeiro foi apontado por Cadete logo aos 6m).


Na época seguinte, já com Carlos Queiroz venceria a Taça de Portugal ao serviço do Sporting, mas nunca foi opção. Jogou apenas 1 encontro para a Taça frente ao Olivais e Moscavide nos quartos-de-final e 2 encontros no Campeonato, frente ao Chaves (2-1) e ao Beira-Mar (1-0).
Foi dispensado no final da época e rumou ao Belenenses onde apenas efectuou 12 jogos.


Na época seguinte seria contratado pela Reggiana e iria realizar 14 jogos e marcar 1 golo na Série A Italiana. Depois veio para os Açores para jogar no Santa Clara durante duas épocas, rumando a meio da segunda época para o Atlético onde terminaria a sua carreira em 2000.
Em 2000/01 iniciou a carreira de treinador no Atlético por lá ficando duas épocas. Esteve um ano sem actividade, rumando ao clube do coração, o Portimonense para ser adjunto de Dito. As coisas não correram bem e Dito foi despedido dando o lugar a Pacheco que desceu de divisão ao alcançar o 16º lugar da geral. Contudo, o Salgueiros desceu de forma administrativa permitindo ao Portimonense ficar na Liga de Honra. Pacheco começou a época ao leme da equipa, mas deu o lugar a Diamantino Miranda, após uma série de 10 jogos sem ganhar.


António Pacheco e Dito como técnicos do Portimonense em 2003/04.

Carreira

1985/86: Torralta

1986/87: Portimonense

1987/88: Benfica

1988/89: Benfica

1989/90: Benfica

1990/91: Benfica

1991/92: Benfica

1992/93: Benfica

1993/94: Sporting

1994/95: Sporting

1995/96: Belenenses

1996/97: Reggiana

1997/98: Santa Clara

1998/99: Santa Clara
Atlético

1999/00: Atlético

Carreira no Sporting*

1993/94: 20 2 / 7 - / 5 1

1994/95: 2 - / 1 - / - -

*Época: Campeonato (J; G)/ Taça (J;G)/ Europa (J;G)

Avaliação: Flop