quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Nº17: Leandro Machado Nascimento

  • Leandro Machado Nascimento.
  • Avançado.
  • Nasceu a 22 de Março de 1976 em Santo Amaro da Imperatriz (Brasil).
  • Títulos no Sporting: Nada a assinalar.
  • 4 Internacionalizações pelo Brasil com 1 golo marcado.

Leandro Machado foi um ponta de lança que esteve no Sporting durante uma época e meia, marcando uma quantidade apreciável de golos, tendo em conta o rendimento ofensivo da altura em que vestiu o manto verde e branco. Alternava grandes golos (recordo-me de um pontapé de bicicleta espectacular, em Alvalade, salvo erro frente ao Estrela da Amadora) e exibições com saídas à noite e alguns processos derivados disso mesmo. Depois de ter sido emprestado a meio da época 1998/99, por divergências com a equipa técnica leonina, foi vendido no final da época. Ainda voltou a Portugal, sem sucesso e retirou-se há pouco tempo devido a uma epidemia de lesões de que foi vítima.

O jovem Leandro começou a sua carreira no Internacional, vencendo dois estaduais do Rio Grande do Sul e sendo convocado para a selecção brasileira que venceu o Torneio de Toulon em 1995. Em 1996, novo título: o torneio pré-olímpico, contudo não é convocado para a selecção olímpica brasileira que acabaria o torneio em 3º lugar depois de golear Portugal por 5-0 no jogo de 3º e 4º lugar.
Logo em 1996, e apenas com 20 anos, transfere-se para o Valência. Antes disso, garantiu 4 internacionalizações pelo Brasil, chegando a ser convocado para a Gold Cup, perdida na final para o México. A sua primeira internacionalização data de 12 de Janeiro de 1996, nessa competição, frente ao Canadá e foi coroada com um golo. A equipa que alinhou foi a seguinte: Dida; Zé Maria, Narciso, Carlinhos Paulista e André Luiz; Amaral, Flávio Conceição, Arílson e Jamelli; Caio e Sávio (Leandro Machado, 75m). O Brasil venceu por 4-1, com golos marcados por André Luiz aos 3m, Caio aos 7m, Sávio aos 14m e Leandro Machado aos 86m. Para o Canadá marcou Radzinski aos 66m.
Prosseguindo, foi para o Valência jogar ao lado de Romário, na equipa que ficou pelo 10º lugar na Liga Espanhola, jogando 16 jogos e marcando 7 golos. Já nessa altura começou a ficar patente o seu gosto pela noite e pelas aventuras antes de treinos e jogos, o que travou alguma progressão.

No Verão de 1997, o Sporting de José Roquette e Norton de Matos preparava com afinco a participação na Liga dos Campeões, uma época que acabou por ser completamente desastrosa. Leandro foi o eleito para fazer companhia a Paulo Alves e Iordanov no ataque leonino e a sua contratação ficou fechada a troco de 1 milhão de contos. A sua estreia em jogos oficiais pelo Sporting ocorreu a 13 de Agosto de 1997, na 1ª Mão da 2ª Pré-Eliminatória da Liga dos Campeões. O Sporting empatou a 0 com o Beitar de Jerusalém, em Israel e a equipa foi a seguinte: De Wilde; Saber, Beto, Marco Aurélio e Pedrosa; Hadji, Lang, Carlos Miguel (Vidigal, 62m), Oceano e Pedro Barbosa (Ramírez, 74m); Leandro Machado (Iordanov, 62m). Em jogos do Campeonato estreou-se, na 1ª jornada, no sempre difícil Estádio de S. Luís em Faro, no empate a 0 com o Farense, no dia 23 de Agosto de 1997. Nesse dia, o Sporting alinhou com: De Wilde; Saber (Quim Berto, 78m), Beto, Marco Aurélio e Pedrosa (Paulo Alves, 72m); Hadji, Lang, Oceano e Pedro Barbosa (Bruno Giménez, 56m); Leandro Machado e Iordanov.
O seu primeiro golo com a camisola leonina foi a 27 de Agosto na recepção e vitória por 3-0 contra o Beitar, aos 55m. Bisou aos 69m depois de Iordanov ter aberto o marcador. No Campeonato estreou-se a marcar 4 dias depois na vitória por 2-0 frente ao Desportivo de Chaves. Abriu o marcador aos 6m e Iordanov fechou a contagem aos 9m. Ao todo jogou 38 jogos nessa época (27 no Campeonato, 8 na Champions e 3 na Taça) e marcou 16 golos (10 no Campeonato, 2 na Taça e 4 na Champions), sendo opção indiscutível dos 4 técnicos do Sporting nessa época: Octávio Machado, Francisco Vital, Vicente Cantatore e Carlos Manuel.

Equipa do Sporting em 1998/99.
Em cima, da esquerda para a direita: Marco Aurélio, Tiago, Beto, Saber, Duscher e Pedro Barbosa.
Em baixo, pela mesma ordem: Edmilson, Rui Jorge, Bino, Leandro Machado e Delfim.


A época de 1998/99 vinha com um novo técnico, Mirko Jozic, e um novo projecto de aposta nos jovens, no qual Leandro se incluía devido aos seus 22 anos. Estreou-se no Campeonato desse ano, com um golo, no dia 28 de Agosto de 1998, na vitória caseira por 2-1 frente ao Desportivo de Chaves. A equipa dessa noite foi a seguinte: Tiago; Beto, Quiroga, Marco Aurélio e Saber; Simão (Iordanov, 58m), Bino, Delfim e Rui Jorge (Vinicius, 72m); Edmilson e Leandro Machado (Bruno Giménez, 81m). Os golos foram marcados por Leandro aos 23m e por Iordanov aos 60m. Eram bons tempos e foi 3 jornadas depois que, salvo erro, vi Leandro a apontar um dos melhores golos que já vi. Na vitória por 3-0 frente ao Estrela da Amadora em Alvalade, aos 83m Leandro arranca um espectacular pontapé de bicicleta para fazer o ultimo golo da noite, levando um amarelo por causa dos festejos. Um mês depois faz o seu último jogo pelo Sporting antes das divergências com a equipa técnica que motivaram a sua saída por empréstimo para o Tenerife. Em Janeiro, novo empréstimo para o Flamengo (que viria a comprar o seu passe) onde ficou 2 épocas jogando em 58 jogos com um total de 22 golos marcados e alguns títulos: Taça Guanabara, Taça do Rio, Copa Mercosur e 2 Campeonatos Cariocas. Em 2001, passagem relâmpago pelo Grémio para regressar ao Flamengo e em época e meia marcar 17 golos em 50 jogos, conquistando mais um Carioca.

Em 2002, vai para o Dínamo Kiev onde permanece meia época, disputando 5 jogos e marcando 2 golos, conquistando o Campeonato. No mercado de Inverno de 2002/03, vem para o Santa Clara, jogando muito pouco (esteve sempre lesionado, jogou um jogo, marcou um golo e foi expulso), não evitando a descida da equipa açoriana à Liga de Honra. Em 2004, conhece 2 clubes: o Querétaro do México, onde marca 1 golo em 13 jogos e o Santos com o qual conquista o Brasileirão de 2004. No ano seguinte ruma ao Olímpia do Paraguai para voltar a fazer malas rumo à Coreia do Sul, para jogar no Ulsan Hyundai. Jogou 40 jogos e marcou 11 golos nos 2 anos em que lá esteve, sempre acompanhado pelas lesões e pelas saídas nocturnas e conquistou o Campeonato em 2005.
Na época de 2008 regressa ao Brasil para jogar no Sport Recife, onde conquista o Campeonato Pernambucano e a Taça do Brasil. Contudo, jogou pouco devido a uma epidemia de lesões pelo que se retirou a meio deste ano.

Carreira

1994/95: Internacional

1995/96: Internacional

1996/97: Valencia

1997/98: Sporting

1998/99: Sporting
Tenerife
Flamengo

2000: Flamengo

2001: Grémio
Flamengo

2002/03: Dinamo Kiev
Santa Clara

2004: Querétaro
Santos

2005/06: Olimpia
Ulsan Hyundai

2006/07: Ulsan Hyundai

2008: Sport Recife

Carreira no Sporting*

1997/98: 27 10 / 3 2 / 8 4

1998/99: 8 2 / - - / 2 1
(até Novembro)

*Época: Campeonato (J; G)/ Taça (J;G)/ Europa (J;G)


Avaliação: Craque

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Nº16: Marcos Joaquim dos Santos


  • Marcos Joaquim dos Santos.
  • Defesa Central.
  • Nasceu a 14 de Setembro de 1975 em Caruaru (Brasil).
  • Títulos no Sporting: 1 Campeonato Nacional (1999/00).

Marcos é um defesa central brasileiro que passou pelo Sporting no final dos anos 90, chegando a vencer o título de 1999/00. Apesar de ter sido utilizado com alguma regularidade enquanto permaneceu no clube nunca demonstrou um rendimento aceitável o que o levou a ser dispensado rumo ao Brasil no final de uma época de sucesso para o clube. É por isso mais um flop que passou pelo centro da defesa do Sporting, sem conseguir fazer esquecer Marco Aurélio.

O defesa brasileiro, ainda no activo, fez a sua formação no Clube Atlético do Porto, do Brasil, de onde saiu com apenas 19 anos para Portugal. O seu destino foi o Rio Ave, sendo apontado como uma promessa brasileira. O Rio Ave militava na 2ª Divisão de Honra, subindo no final da época e vencendo a competição, com Marcos a ser pouco utilizado. Na época seguinte, mais do mesmo, no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, com o Rio Ave a escapar da despromoção na última jornada. A época de 1997/98 foi a da confirmação para Marcos que jogou 30 jogos e marcou 6 golos, no 9º lugar do Rio Ave no principal Campeonato de futebol português.
No final dessa época transferiu-se para o PSV onde não disputou qualquer jogo, ficando no seu palmarés a Supertaça Holandesa. No mercado de Inverno da época de 1998/99, saiu do Sporting o defesa brasileiro Marco Aurélio que tinha chegado até capitão de equipa. Para o seu lugar, o Sporting foi buscar Marcos ao PSV.
A sua estreia ocorreu pela mão de Mirko Jozic, no dia 23 de Janeiro de 1999, no Municipal de Chaves, no empate com o Desportivo local a 2 golos. Nesse dia, o Sporting alinhou com: Tiago; Patacas (Santamaría, 68m), Beto, Marcos e Heinze; Pedro Barbosa, Vidigal e Vinicius (Acosta, 72m); Simão, Krpan e Edmilson. Os golos foram marcados por Simão aos 20m e por Beto aos 44m. Nessa época, que ficaria marcada pelo 4º lugar do Sporting no Campeonato, pese embora o excelente futebol praticado, Marcos realizaria 16 jogos marcando 1 golo. Esse golo ocorreu a 27 de Fevereiro, na deslocação ao Estádio Mário Duarte, em Aveiro, no jogo em que o Sporting empatou (2-2) com o Beira-Mar. Marcos marcou aos 8m, sendo que o outro golo foi apontado por Edmilson aos 30m. Como curiosidade, dizer que nesse dia o Sporting alinhou com: Tiago; Quim Berto, Beto, Marcos e Vinicius; Pedro Barbosa (Rui Jorge, 80m), Edmilson, Duscher (Krpan, 75m), Delfim e Simão; Iordanov. Nos jogos, até ao fim do Campeonato, a dupla Beto/Marcos concedeu 16 golos.
Na época seguinte, Marcos começou por se afirmar como titular com Giuseppe Materazzi, mas perdeu a titularidade após 2 episódios infelizes. Primeiro, na derrocada do Sporting na Noruega ao perder por 3-0 frente ao Viking, em que cometeu um penalty desnecessário, ao praticamente agarrar a bola com as duas mãos dentro da área. Depois, já a 25 de Setembro em que fez uma fraca exibição e foi expulso no jogo frente ao Gil Vicente (1-1). No final desse jogo, Materazzi foi despedido e Marcos só jogou mais 3 vezes, com Augusto Inácio. Num desses jogos Marcos marcou o seu único golo da época, na Taça de Portugal, no dia 9 de Fevereiro de 2000, na vitória do Sporting por 3-0 frente aos Dragões Sandinenses nos quartos de final da prova. O golo foi marcado aos 83m e os outros 2 golos foram apontados por Toñito aos 77m e por Afonso Martins aos 89m. A equipa que jogou nesse dia foi a seguinte: Nelson; César Prates, Marcos, Quiroga e Vinicius (Afonso Martins, 2m); Pedro Barbosa, Bino, Toñito, Edmilson (Mbo Mpenza, 70m) e De Franceschi (Spehar, 65m); Iordanov. O último jogo de Marcos com a camisola do Sporting, para o Campeonato, foi a 22 de Janeiro na vitória por 4-1 frente ao Santa Clara, em Alvalade. A época culminaria com a conquista do título nacional.

Equipa do Sporting que a 30 de Agosto de 1999 recebeu e venceu o V. Setúbal por 2-1, em Alvalade.
Em cima, da esquerda para a direita: Schmeichel, Pedro Barbosa, Marcos, Beto, Duscher e Saber.
Em baixo, pela mesma ordem: Vinicius, Toñito, Edmilson, Ayew e Delfim.


No final da época, Marcos foi dispensado rumo ao Brasil para jogar no Vitória. Em 2000, ainda foi a tempo de jogar 12 jogos e marcar 3 golos, ajudando a equipa a permanecer na principal divisão brasileira, ao ficar no 18º lugar em 25 equipas. Na época seguinte, num Campeonato de 28 equipas, o Vitória ficou em 16º e Marcos realizou 15 jogos marcando 1 golo. Em 2002, permaneceu no Vitória para ficar no 10º lugar, fazendo 19 jogos e marcando 1 golo.
Na época seguinte, levava já 23 jogos no Campeonato Brasileiro pelo Vitória quando foi contratado pelo Estrela da Amadora para a época 2003/04 em que este clube regressava ao principal escalão do futebol português. Diga-se que Marcos venceu nesses últimos 2 anos no Vitória dois Estaduais da Bahia e uma Taça do Nordeste. No Estrela, a época foi um desastre, com um camião de jogadores a dar entrada na Reboleira e o clube a afundar-se no último lugar da Classificação descendo de divisão. Marcos realizou 13 jogos sob o comando de João Alves e Miguel Quaresma. Regressou em 2005 ao Brasil para o Vasco da Gama, mas passou logo de seguida para o Paraná, onde disputou 26 jogos, ajudando a equipa a ficar no 7º lugar da geral, entre 22 equipas. Na época seguinte, foi para o seu clube actual: o Atlético Mineiro. Disputou a Série B brasileira, vencendo essa mesma competição. Em 2007, venceu o Estadual de Minas Gerais e com 33 jogos disputados e 5 golos marcados, ajudou a equipa a classificar-se no 8º lugar do Brasileirão.
Na actual época, Marcos já leva 1 golo marcado em 20 jogos realizados com a camisola do Atlético Mineiro, que a 3 jornadas do final da prova segue no 10º lugar da classificação.


Carreira

1995/96: Rio Ave

1996/97: Rio Ave

1997/98: Rio Ave

1998/99: PSV
Sporting

1999/00: Sporting

2001: Vitória

2002: Vitória

2003/04: Estrela Amadora

2005: Paraná

2006: Atlético Mineiro

2007: Atlético Mineiro

2008: Atlético Mineiro

Carreira no Sporting

1998/99: 16 1 / - - / - -
(desde Janeiro)

1999/00: 5 - / 1 1 / 2 -

*Época: Campeonato (J; G)/ Taça (J;G)/ Europa (J;G)

Avaliação: Flop

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Nº15: Paulo Silas do Prado Pereira


  • Paulo Silas do Prado Pereira.
  • Médio Centro/ Nº10.
  • Nasceu a 27 de Agosto de 1965 em Campinas (Brasil).
  • Títulos no Sporting: Nada a assinalar.
  • 38 Internacionalizações pelo Brasil com 1 golo marcado.


Paulo Silas, foi um internacional brasileiro que passou pelo Sporting e por cá ficou durante 2 épocas cotando-se como um dos melhores jogadores dessa altura. Era considerado uma das maiores promessas do futebol brasileiro, estando presente em 2 Mundiais e sendo inclusive o melhor jogador do Mundial sub-20 de 1985. Chegou ao Sporting como uma das “unhas” de Jorge Gonçalves e pode-se dizer que valeu bem a pena o investimento.


Nasceu em Campinas e começou a sua carreira como profissional no São Paulo em 1985. Antes disso, fez parte da selecção de sub-20 que venceu o Mundial da categoria, na União Soviética, jogando em todos os jogos e vencendo o prémio de melhor jogador da competição. No São Paulo estreou-se na época seguinte, ficando por lá três épocas, nas quais disputou 98 jogos, marcando 20 golos e vencendo dois estaduais e um Brasileirão. Era por esta altura a maior promessa brasileira estreando-se na selecção principal, pela mão de Telé Santana, com 20 anos, no dia 16 de Março de 1986, no amigável frente à Hungria (0-3). Nesse dia, o Brasil alinhou com: Emerson Leão; Edson, Óscar, Mozer e Dida; Elzo, Silas, Alemão e Renato Gaúcho; Casagrande e Sidney (Muller 65m).
Foi convocado para o Mundial de 86, no qual o Brasil chegou aos quartos de final, mas apenas foi suplente utilizado no jogo dos oitavos e no dos quartos. No ano seguinte foi convocado por Carlos Alberto Silva para integrar a selecção que jogou a Copa América, jogando apenas contra a Venezuela.
Em 1988, saia da presidência do Sporting Amado de Freitas para entrar o popular bigodes, Jorge Gonçalves que trouxe para o Sporting nomes sonantes: o guarda-redes Rodolfo Rodríguez, os jogadores de campo Miguel Marques, Carlos Manuel, Rui Maside, Forbs, Eskilsson, Douglas e Silas e o treinador uruguaio Pedro Rocha. A época foi muito atribulada do ponto de vista financeiro e administrativo e dos reforços apenas confirmaram as expectativas Carlos Manuel, Douglas e Silas, que foi o segundo melhor marcador da equipa atrás de Paulinho Cascavel.

Silas estreou-se com um golo, logo na primeira jornada do Campeonato Nacional, no dia 21 de Agosto de 1988, na vitória em Matosinhos sobre o Leixões por 2-0. Silas marcou aos 20m e Carlos Xavier fechou a contagem aos 90m. A equipa que alinhou foi a seguinte: Rodolfo Rodríguez; João Luís Barbosa, Miguel Marques, Morato e Fernando Mendes; Oceano, Silas, Carlos Manuel e Carlos Xavier; José Lima (Mário Jorge 58m) e Paulinho Cascavel. Ao longo da época, Paulo Silas foi confirmando o enorme jogador que era ao arrancar grandes exibições coroadas com golos. Nessa época foram 11 os golos apontados, sendo que 8 deles foram no Campeonato, 2 na Taça e 1 na Europa. Aliás, na Europa, Silas iria fazer enormes exibições na recepção ao Ajax (4-2), na visita ao mesmo Ajax (2-1, com golos de Silas e Rui Maside) e na recepção à Real Sociedad (1-2, com Silas a ser o melhor do Sporting). Em Fevereiro, troca de treinador, saiu Pedro Rocha para regressar Manuel José, ficando Vítor Damas a trabalhar interinamente com a equipa. No final da época, 4º lugar no Campeonato. Nesse ano de 1989 esteve presente na Copa América ganha pelo Brasil e alinhou em 4 jogos. No dia 20 de Agosto de 1989, num jogo frente à Venezuela a contar para o apuramento para o Mundial, Silas marcou o seu único golo pela selecção brasileira. O treinador Lazaroni fez alinhar a seguinte equipa: Taffarel; Jorginho, Ricardo Rocha, Mauro Galvão e Ricardo Gomes; Branco, Dunga (Alemão 67m), Valdo (Titã 73m) e Silas; Bebeto e Careca. O Brasil venceu por 6-0 com um poker de Careca, 1 golo de Silas e 1 auto golo de Acosta. De referir que Ricardo Rocha ainda jogou pelo Sporting em 1988.



Na época seguinte, saiu Jorge Gonçalves para entrar um novo presidente: Sousa Cintra. Silas lesionou-se e só pôde dar o contributo à equipa a partir de Janeiro, já com o treinador Raul Águas. Ainda disputou 12 jogos no Campeonato, marcando 3 golos. A sua estreia na nova época ocorreu apenas a 30 de Dezembro de 1989, na vitória caseira frente ao União da Madeira (2-0). A equipa foi a seguinte: Ivkovic; João Luís Barbosa, Luisinho e Venâncio; Oceano, Carlos Manuel, Silas, Douglas e Marlon Brandão (Carlos Xavier 60m); Fernando Gomes e Jorge Cadete (Paulinho Cascavel 66m). Os golos foram marcados por Douglas aos 26m e 65m.Como já foi dito, marcou 3 golos ao longo da sua participação na prova. Foram eles: a 20 de Janeiro de 1990, na visita ao terreno do V. Setúbal (1-1), aos 44m; aos 79m, no dia 10 de Fevereiro, na recepção ao Beira-Mar (2-0), com o outro golo a ser apontado por Cadete aos 44m; a 25 de Março na derrota por 2-1 na Luz, aos 85m. No final da época, terceiro lugar da geral para o Sporting.
Nesse Verão, foi convocado por Sebastião Lazaroni para o Mundial de Itália, no qual o Brasil não passou dos oitavos de final. Silas foi suplente em todos os jogos e utilizado em 3 deles.
Em 1990, saiu do Sporting para o Central Español e marcou 3 golos em 2 jogos antes de voltar à Europa para jogar no Cesena, onde marcou 3 golos em 26 jogos não conseguindo evitar a despromoção da equipa. Na época seguinte rumou à Sampdoria para marcar 3 golos em 31 jogos e ajudar a equipa a ficar no 6º lugar da Liga Italiana. No final da época voltou ao Brasil para jogar pelo Internacional e ganhar o estadual de Rio Grande do Sul e a Taça Brasileira.
De seguida foi para o Vasco da Gama e ganhou o estadual do Rio de Janeiro, antes de ir jogar 1 mês no Japão no Kashiwa Reysol.



Em 1995, foi para a Argentina e tornou-se o ídolo dos adeptos do San Lorenzo, ganhando o Campeonato Argentino de 1995. É mesmo considerado o melhor número 10 que por lá passou, disputando 95 jogos com 24 golos marcados e deixando muitas saudades aos adeptos.
Em 1997, volta ao clube do coração, o São Paulo para jogar pouco, mas mesmo assim vencer o estadual de São Paulo. Ruma novamente ao Japão para jogar no Kyoto Sanga durante 2 épocas e marcar 11 golos em 56 jogos. Em 2000 regressa ao Brasil para jogar no Atlético Paranaense e com 20 jogos disputados sagra-se campeão do Estado do Paraná. Foi o seu último título. A partir daqui passou sem sucesso por Rio Branco, Ituano, América Mineiro, Portuguesa e Inter Limeira até se retirar em 2004. Enveredou pela carreira de treinador e treinou em primeiro lugar o Fortaleza, para actualmente treinar o Avaí, com o qual já leva 40 jogos, com 22 vitórias, 13 empates, 5 derrotas, 83 golos marcados e 32 sofridos.


Carreira

1985/86: São Paulo

1986/87: São Paulo

1987/88: São Paulo

1988/89: Sporting

1989/90: Sporting

1990/91: Central Español
Cesena

1991/92: Sampdoria

1992/93: Internacional

1993/94: Vasco da Gama

1995/96: Kashiwa Reysol
San Lorenzo

1996/97: San Lorenzo

1997/98: São Paulo

1998/99: Kyoto Sanga

1999/00: Kyoto Sanga
Atlético Paranaense

2001: Rio Branco
Ituano

2002: América
Portuguesa

2003: Inter Limeira

2004: Inter Limeira

Carreira no Sporting*

1988/89: 33 8 / 3 2 / 4 1

1989/90: 12 3 / - - / - -

*Época: Campeonato (J; G)/ Taça (J;G)/ Europa (J;G)


Avaliação: Craque

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Nº14: Nuno Jorge Pereira da Silva Valente


  • Nuno Jorge Pereira da Silva Valente.
  • Defesa Esquerdo.
  • Nasceu a 12 de Setembro de 1974 em Lisboa.
  • Títulos no Sporting: 1 Taça de Portugal (1994/95) e 1 Supertaça de Portugal (1995/96).
  • 33 Internacionalizações com 1 golo marcado.

Chegamos a um jogador que apesar de não ser um fora de série, é até bastante bom e podia ter sido uma séria alternativa a Rui Jorge no lado esquerdo da defesa do Sporting em meados e finais dos anos 90. Contudo, como muitas vezes acontece, prefere-se mandar embora os portugueses jovens para trazer estrangeiros de valor duvidoso e, deste modo, tivemos que agonizar na lateral esquerda sem uma alternativa decente a Rui Jorge e ver o Nuno Valente a seguir uma carreira de sucesso ao lado de pessoas com visão. Depois deste pequeno desabafo, dizer que este jogador esteve 4 épocas no Sporting sem se conseguir afirmar, não só por sua culpa, mas como tenho que avaliar o percurso feito em Alvalade, atendendo ao que fez, tenho que considerá-lo um flop.

Nascido em Lisboa, começou a sua carreira profissional no futebol no Portimonense, emprestado pelo Sporting clube em que se formou, onde se estreou com apenas 19 anos, na época de 1993/94, realizando 26 jogos e marcando 1 golo, o que lhe valeu o regresso a Alvalade.
Foi na época de 1994/95, que Carlos Queiroz o quis de volta para disputar o lugar com Paulo Torres, mas nenhum dos 2 teve muito tempo de jogo, pois Queiroz preferiu adaptar Vujacic à esquerda. Valente ainda fez 9 jogos no Campeonato e 2 na Taça de Portugal o que lhe valeu o primeiro título pelo seu clube: a Taça de Portugal. A sua estreia foi logo como titular e a extremo esquerdo, no dia 21 de Janeiro de 1995, no empate caseiro frente ao Farense, saindo aos 45m para entrar Capucho o autor do golo (1-1). Na 21ª jornada, a 19 de Fevereiro, fez o seu segundo jogo pelo Sporting, o segundo a titular, mas o primeiro na posição de defesa esquerdo. Foi na vitória fora do Sporting sobre o Marítimo por 2-0 com golos de Naybet aos 36m e de Amunike aos 74m. A equipa que jogou nesse dia foi a seguinte: Costinha; Nelson Alves, Naybet, Marco Aurélio e Nuno Valente; Figo, Oceano, Peixe, Balakov e Amunike; Capucho (Chiquinho Conde, 88m). Até ao final da época e nos jogos em que fez, só 2 não foram como titular.

Plantel 1997/98, com Nuno Valente a figurar na fila de cima, 3º a contar da esquerda.


Na época de 1995/96, saiu Paulo Torres, mas nem assim Nuno Valente jogou mais do que na época anterior. Fez 9 jogos no Campeonato, 2 na Taça e 2 na Europa, na Taça das Taças, onde se estreou. Foi a 14 de Setembro de 1995, em Alvalade, frente ao Maccabi Haifa, na vitória por 4-0, com golos de Pedro Barbosa aos 7m, 10m e 47m e de Sá Pinto aos 88m. Nesse dia, o Sporting alinhou com: Costinha; Nelson Alves, Naybet, Marco Aurélio e Nuno Valente; Sá Pinto, Oceano, Pedro Martins (Vidigal, 85m) e Pedro Barbosa (Paulo Alves, 75m); Amunike e Ouattara (Dominguez, 63m). Apesar de não ter alinhado em nenhum dos 3 jogos, contabilizou como título a Supertaça desse ano, já com Octávio Machado ao leme da equipa.
Em 1996/97, foi emprestado por Robert Waseige ao Marítimo para dar lugar ao péssimo Balajic. Na Madeira, realizou 30 jogos a bom nível o que fez com que Octávio Machado pedisse o seu regresso, para a atribulada época de 1997/98.
Nessa época, raros foram os lugares fixos na equipa orientada sucessivamente por Octávio Machado, Francisco Vital, Vicente Cantatore e Carlos Manuel. O lado esquerdo da defesa foi um desses exemplos ao ver por lá passar Nuno Valente, Vinicius, Quim Berto e até Vidigal. Nuno fez apenas 6 jogos no Campeonato e 1 na Taça de Portugal.

Na época seguinte, entrava no Sporting o treinador croata Mirko Jozic com um projecto muito bom: apostar na juventude e nas boas exibições, o que foi bem sucedido. Para mim, foi a época em que vi o Sporting fazer as melhores exibições de sempre. As péssimas e incríveis arbitragens e alguma ingenuidade de um plantel jovem fizeram a equipa ficar num 4º lugar que não merecia, lançando as bases para a época seguinte em que se quebrou o jejum.
Para terem uma ideia da aposta na juventude de Jozic vou dar um exemplo de um jogo na Taça UEFA. Depois de ter perdido por 2-0 em casa frente ao Bolonha, Jozic foi descomplexado a Itália e apostou num onze com uma média de 21,6 anos, com apenas 2 jogadores com mais de 23 anos! O Sporting pode ter perdido 2-1, mas fez uma excelente exibição, esteve a ganhar e no final sofreu 2 golos, já reduzido a 10, em contra-ataque. Para a história fica o onze desse dia 29 de Setembro de 1998: Tiago; Patacas, Beto, Quiroga e Vinicius; Saber, Bino, Delfim, Duscher e Simão; Leandro. No banco, também muitos jovens: Nelson, Iordanov, Renato, Kmet, Ramírez, Caneira e Nuno Valente. De resto, Nuno Valente fez 12 jogos no Campeonato, marcando o seu único golo de leão ao peito. Foi na 9ª jornada, a 30 de Outubro de 1998, na vitória em Alvalade frente ao Marítimo por 2-0, aos 53m, sendo seguido por Iordanov que marcou aos 56m.
Na época seguinte foi dispensado rumo à União de Leiria onde teve um enorme sucesso, como demonstram os 87 jogos disputados e 2 golos marcados em 3 épocas, ajudando a equipa a conquistar o 10º lugar em 2000, o 5º em 2001 e o 7º em 2002. Nessa última época foi treinado por José Mourinho que a meio saiu para o FC Porto. Em 2002/03, Nuno Valente transfere-se para o FC Porto a pedido de Mourinho e com ele colecciona enormes sucessos, 2 Campeonatos, 1 Taça de Portugal, 1 Supertaça, 1 Taça UEFA e 1 Liga dos Campeões. O ano de 2002 foi também o ano em que Nuno se estreou pela selecção, sob o comando de Agostinho Oliveira no particular frente à Inglaterra (1-1). O seu único golo pela selecção foi a 31 de Março de 2004, na derrota caseira por 2-1 frente à Itália, num jogo de preparação para o Euro 2004.

Em 2004, esteve presente no Europeu que Portugal perdeu na final frente à Grécia (0-1), jogando 5 dos 6 jogos. No início da nova época, Mourinho rumou ao Chelsea e Nuno Valente teve sucessivas lesões que o levaram a jogar pouco, o mesmo acontecendo no início da seguinte, recebendo um ultimato de Pinto da Costa: ou o Porto ou a selecção. Nuno escolheu a selecção e foi vendido no mercado de 2005 ao Everton, por indicação de Mourinho. Para a história ficam os mais de 80 jogos com a camisola do Porto.
Em 2005/06, realizou 26 jogos pelo Everton, sendo convocado por Luiz Felipe Scolari para o Mundial 2006, no qual Portugal ficou em 4º lugar. Dos 7 jogos disputados, Valente só não jogou no último da fase de grupos. Na época seguinte, alinhou apenas em 17 jogos pelo Everton, numa época em que esteve bastante tempo lesionado, deixando de ser chamado à selecção. Na última época jogou apenas em 15 jogos, sendo que esta época, depois de saber que estava na pré-convocatória de Carlos Queiroz para a selecção nacional, renunciou à mesma, após 33 jogos e 1 golo. Até agora, leva 2 jogos pelo Everton.

Carreira

1993/94: Portimonense

1994/95: Sporting

1995/96: Sporting

1996/97: Marítimo

1997/98: Sporting

1998/99: Sporting

1999/00: U. Leiria

2000/01: U. Leiria

2001/02: U. Leiria

2002/03: FC Porto

2003/04: FC Porto

2004/05: FC Porto

2005/06: Everton

2006/07: Everton

2007/08: Everton

2008/09: Everton

Carreira no Sporting*

1994/95: 9 - / 2 - / - -

1995/96: 9 - / 2 - / 2 -

1997/98: 6 - / 1 - / - -

1998/99: 12 1 / - - / - -

*Época: Campeonato (J; G)/ Taça (J;G)/ Europa (J;G)


Avaliação: Flop