quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Nº57: João Manuel Vieira Pinto


  • João Manuel Vieira Pinto.
  • Médio Ofensivo.
  • Nasceu a 19 de Agosto de 1971 no Porto.
  • Títulos no Sporting: 1 Campeonato Nacional (2001/02), 1 Taça Portugal (2001/02) e 2 Supertaças (2000/01 e 2002/03).
  • 81 Internacionalizações com 23 golos marcados.


O João Pinto, o Menino D’Oiro, é um jogador que dispensa apresentações. Excelente médio ofensivo, um dos melhores de sempre do futebol português, destacava-se pela sua enorme técnica, velocidade e controlo de bola, fazendo inúmeras assistências e marcando ele próprio por diversas vezes. Também tinha um excelente cabeceamento.
Produto das escolas do Boavista, foi rei na Luz, sendo um dos mais amados de sempre dos adeptos benfiquistas que não queriam acreditar que depois da assinatura de um contrato vitalício fosse dispensado, rumando ao Sporting onde fez uma das melhores épocas de sempre sendo um pai para Jardel. Fazia parte da geração de ouro do futebol português, sendo que há poucos meses colocou o ponto final numa carreira repleta de sucessos.



Nascido no Porto, surge a jogar nos juniores do Boavista, sendo a estrela da companhia. Foi com 16 anos apenas que foi pai (o jovem jogador Tiago Pinto, fruto do casamento com Carla Pinto) o que o obrigou a abraçar a maturidade muito mais cedo do que o previsto. Em 1988/89 é chamado a jogar por 6 vezes pela equipa principal do Boavista, para na época seguinte começar a assumir um papel importante, depois de vencer o Mundial de Juniores em Riade. Realizou 11 jogos com a camisola axadrezada e marcou 3 golos, sendo que na época seguinte vai para o Atlético Madrid B onde não joga e regressa a Portugal depois de vencer novamente o Mundial de Juniores de Lisboa.
Faz uma excelente época de 1991/92, coroada com a estreia na selecção nacional num jogo frente ao Luxemburgo a 12 de Outubro (1-1). Um mês depois marca o primeiro golo pela selecção frente à Grécia (1-0) em jogo de apuramento para o Euro 92. Nessa época, faz 34 jogos no Campeonato e marca 8 golos sendo peça fundamental do Boavistão de Manuel José, vencendo a Taça. No final desse ano, acerta tudo com Sousa Cintra para ir para o Sporting, mas à última hora o Benfica resgata-o.


Equipa que venceu a Taça 1992/93.
Em cima, da esquerda para a direita: Rui Costa, William, Rui Águas, Futre, Neno e Mozer.
Em baixo, pela mesma ordem: Veloso, João Pinto, Schwarz, Paulo Sousa e Paneira.


Estreia-se no Campeonato frente ao Tirsense, em Santo Tirso, com Ivic, e marca o golo da vitória do Benfica. Ao todo faz 21 jogos e marca 7 golos, sendo que essa época fica marcada pelo pneumotórax sofrido antes de um jogo frente à Escócia, que quase põe fim à sua carreira. Refeito do susto, prossegue para a época 1993/94, mas com alguma polémica. No Verão Quente, rescinde com o Benfica e aceita a proposta do Sporting, mas a sua mulher Carla não se conforma e conta a Valentim Loureiro que faz com que Jorge de Brito impeça a sua saída.
Essa época ficou marcada pela sua melhor exibição de sempre com a camisola dos encarnados, nos míticos 6-3 frente ao Sporting em Alvalade. Nesse jogo, João Pinto dizimou as nossas esperanças no título ao marcar 3 golos e deixar a cabeça em água à defesa leonina. Essa época vale pelos seus 15 golos marcados em 34 jogos, o que o fez levantar a taça de campeão nacional.



Chega a capitão na época seguinte, muito novo, marcando 4 golos em 24 jogos realizados. Em 1995/96, inspirado pelo Europeu, marca 18 golos em 31 jogos, vence a Taça e é convocado por António Oliveira. Em Inglaterra disputa 3 jogos e marca 1 golo frente à Croácia.



Em 1996/97, o Benfica começa a decair muito, tendo em João Pinto e Preud’Homme os únicos que realmente faziam a diferença. Quanto ao avançado, este marca 7 golos em 28 jogos e assina o famoso contrato vitalício com o Benfica.
Em 1997/98, marca 6 golos em 25 jogos, para na época seguinte marcar 4 em 28 jogos, o que viria a ser o princípio do fim da sua carreira na Luz com Heynckes e Vale e Azevedo a cobrarem-lhe 20 golos época para fazer render o seu elevado ordenado (cerca de 500 mil contos ano).



Em 1999/00, marca 3 golos em 29 jogos e é convocado por Humberto Coelho para o Euro 2000. Marca o seu último golo frente ao Guimarães e faz o último jogo pelo Benfica frente ao seu futuro clube, o Sporting.
No Euro 2000, aparece como jogador sem clube, pois semanas antes numa conferência de imprensa no Hotel Radison assume o fim da sua ligação ao Benfica, o que deixa milhões de benfiquistas em estado de choque. Na competição de selecções deixa a sua marca logo no primeiro jogo ao marcar um fantástico golo de cabeça à Inglaterra. De resto, só não joga frente à Alemanha.



Depois do Euro 2000, pode-se dizer que à terceira foi de vez e Luís Duque contrata João Pinto para o Sporting. Estreia-se no Campeonato, com um golo frente ao Farense na vitória por 1-0, golo esse marcado aos 46m. Nesse dia, o Sporting de Inácio alinhou da seguinte maneira: Schmeichel; César Prates, Beto, André Cruz e Rui Jorge; Sá Pinto (Toñito, 73m), Bino, João Pinto, Paulo Bento e Edmilson (Horváth, 64m); Acosta.
Faz um total de 41 jogos e marca 7 golos em todas as competições, vencendo a Supertaça.



Na época seguinte, teve aquela que considerou a sua melhor de sempre. Foi um pai para Jardel que marcou 42 golos, vencendo tudo a nível interno. Fez um total de 44 jogos e marcou 12 golos. A sua estreia foi frente ao FC Porto, na 1ª jornada com vitória leonina por 1-0 com golo de Niculae aos 69m. O Sporting de Boloni alinhou com: Nélson; César Prates, Beto, André Cruz e Rui Jorge; Sá Pinto (Quaresma, 22m), Rui Bento, Horváth (Hugo, 88m), Paulo Bento e João Pinto; Niculae.
Marcou o seu primeiro golo da época frente ao Guimarães na goleada por 5-0. Realizou a campanha para o Mundial 2002, sob o comando de António Oliveira e marcou o seu último golo com as cores lusas, frente à Estónia (5-0). Esse Mundial foi de triste memória para Portugal e para João Pinto que esmurrou um árbitro depois de ser expulso, frente à Coreia do Sul. Nunca mais vestiu as cores nacionais.



Na época seguinte, esteve suspenso durante algum tempo, até se estrear frente ao Belenenses na 7ª jornada, marcando 1 golo aos 29m (o jogo ficou 2-0). O Sporting alinhou com: Nélson; César Prates, Beto, Contreras e Tello; Cristiano Ronaldo (Quaresma, 76m), Toñito, Paulo Bento, João Pinto (Rui Bento, 86m) e Kutuzov (Carlos Martins, 61m); Jardel.
Ao todo, nessa época realizou 26 jogos e marcou 8 golos.
Em 2003/04, com Fernando Santos fez a sua última época no Sporting, realizando um total de 31 jogos com 5 golos marcados. Estreou-se logo na 1ª jornada do Campeonato, na vitória por 2-1 frente à Académica. O Sporting alinhou com: Ricardo; Miguel Garcia (Anderson Polga, 45m), Beto, Hugo e Rui Jorge (Tello, 57m); Luís Filipe (Toñito, 72m), Rochemback, Custódio e João Pinto; Lourenço e Silva.
O seu primeiro golo nessa época foi frente ao Beira-Mar (3-1). Realizou o seu último jogo com a camisola leonina na última jornada do Campeonato, em Guimarães, com vitória por 2-0, marcando o segundo golo aos 82m depois de Niculae marcar aos 73m. Nesse dia, o Sporting alinhou com: Ricardo; Miguel Garcia, Polga, Quiroga e Paíto; Pedro Barbosa, Tinga (Carlos Martins, 31m), Paulo Bento e João Pinto (Hugo, 90m); Liedson e Niculae (Lourenço, 88m). Um desacordo de verbas leva-o a abandonar Alvalade, confessando depois esse ter sido o seu maior erro.


Equipa do Sporting 2003/04.
Em cima, da esquerda para a direita: Ricardo, Pedro Barbosa, Hugo, Polga, Custódio e Rochemback.
Em baixo, pela mesma ordem: Rui Jorge, João Pinto, Mário Sérgio, Liedson e Lourenço.

Volta ao Boavista para jogar de forma intermitente, depois de quase ir para o Médio Oriente, marcando 2 golos em 26 jogos. Separa-se de Carla Pinto e casa com Marisa Cruz. Na época seguinte, tem um ano de nível jogando 31 jogos com 9 golos marcados.
Quanto tudo esperava o final da carreira, assina pelo Braga, marcando 2 golos em 24 jogos, para sair a meio da época seguinte, com 1 golo em 9 jogos. Fala-se em testes para jogar na MLS, mas acaba por encerrar a sua carreira.


Carreira

1988/89: Boavista

1989/90: Boavista

1990/91: Atlético Madrid B

1991/92: Boavista

1992/93: Benfica

1993/94: Benfica

1994/95: Benfica

1995/96: Benfica

1996/97: Benfica

1997/98: Benfica

1998/99: Benfica

1999/00: Benfica

2000/01: Sporting

2001/02: Sporting

2002/03: Sporting

2003/04: Sporting

2004/05: Boavista

2005/06: Boavista

2006/07: Sp .Braga

2007/08: Sp. Braga

Carreira no Sporting*

2000/01: 31;6 / 5;1 / 5;-

2001/02: 33;9 / 6;2 / 5;1

2002/03: 25;8 / 1;- / -;-

2003/04: 26;5 / 1;- / 4;-

*Época: Campeonato (J;G) / Taça (J;G) / Europa (J;G)

Avaliação: Craque

4 comentários:

sloml disse...

Não é craque, é craquíssimo. Para mim, o melhor português que vi jogar. Dono de uma capacidade técnica acima da média, mas acima de tudo dotado de uma inteligência fora do normal num jogador de futebol, estava sempre à frente das jogadas, antes da bola lhe chegar aos pés já sabia o que ia fazer com ela. E, além de tudo isso, era excelente a finalizar, com os dois pés e até mesmo com a cabeça, apesar da baixa estatura. O jogador mais completo que já conheci.

M. Paim disse...

Um enorme jogador. Ainda me lembro da alegria enorme que me deu quando assinou pelo Sporting.
Quando estava no Benfica era o vosso jogador que mais admirava a par do melhor guarda-redes que vi jogar em Portugal: Preud'Homme.

E pronto, desejo concedido :)

Maradona disse...

Além de tudo o que já referiram era um corajoso! Quando jogava contra o Porto já se sabia: era autenticamente tareado,sobretudo quando estava no Benfica, mas nunca o vi queixar-se ou pedir protecção especial como hoje algumas pseudovedetas.

João Vieira Pinto, o Nelson Mandela da Segunda Circular: une vermelhos e verdes em redor do seu gigantesco talento. :)

Podia ter vindo para o Sporting mais cedo, e o referido Preud´homme também esteve para ser contratado pelo Sousa Cintra anos antes...

M. Paim disse...

Essa do Preud'Homme é demais...tudo praticamente tratado e de repente lembramo-nos de ir gastar um balúrdio na dupla Lemajic/Costinha.

O Seminario é o próximo :)